Mistério desvendado: maior floresta urbana da América Latina foi construída por escravos

Durante 13 anos foram plantas mais de 100 mil mudas na região conhecida como Parque Nacional da Tijuca


Localizada no Rio de Janeiro, a Floresta da Tijuca é uma das maiores florestas urbanas do mundo. Com acessos pelas zonas Norte, Oeste e Sul da cidade maravilhosa, ela é um dos destinos mais visitados pelos habitantes e turistas de passagem pelo Rio.

Atualmente é um dos últimos pedaços de conservação da Mata Atlântica no Brasil e sua diversidade de fauna e flora possibilitam atividades variadas, como: trilhas, escaladas, banhos de cachoeira etc.

Parte do trajeto (Foto: Walter Farias)

Seu tamanho surpreende a todos os visitantes, todavia, poucos são aqueles que sabem da história dela ou do fato dela ser obra da mão humana. - Você já sabia disso? Pelo sim, pelo não te contaremos brevemente essa história. risos.


A Missão de Manoel

Em 1861, o Rio de Janeiro sofria crise hídrica e uma das principais razões eram as florestas da Tijuca e das Paineiras pertencerem à elite carioca. A falta de vegetação na área causava prejuízos nos rios e córregos. Sendo assim, D. Pedro II tomou essas terras e as declarou como Florestas Protetoras.

Visão da trilha (Foto: Walter Farias)

À época, o Imperador procurou o Major Manuel Gomes Archer, que possuía uma fazenda em Guaratiba, Zona Oeste, onde mantinha mudas de espécies nativas, e determinou que a área fosse recuperada por ele.

Não foi tarefa fácil negociar com a nobreza, que ocupava amplas faixas de terra na região com suas chácaras, mas D. Pedro II contou com a ajuda do então Ministro dos Negócios, Luís do Couto Ferraz, o Visconde de Bom Retiro, para conduzir o complicado o processo.


Processo de reflorestamento

Superada a etapa política, o replantio foi considerado um sucesso. Durante 13 anos foram devolvidas à área 100 mil mudas, a maioria nativa de Mata Atlântica. O Major Archer contou com um grupo de pessoas, entre escravos, assalariados, alguns feitores e encarregados.

Sob o pedestal da estátua, existe uma placa com os seguintes dizeres: "Eleuthério, Leopoldo, Manoel, Matheus e Maria, trabalhadores escravos que serviram ao Major Archer no reflorestamento da Floresta da Tijuca e a Sabino, Macário, Clemente, Antonio e Francisco, trabalhadores escravos de Thomas Nogueira da Gama, no reflorestamento das Paineiras. Ao longo do século XX, as ações de reflorestamento se intensificaram e trouxeram bons resultados, enriqueceram a vegetação e gerou florestas secundárias.

Estátua presente no passeio (Foto: Walter Farias)

Assim, a Floresta da Tijuca se tornou referência de como práticas de reflorestamento, conservação ambiental são eficientes para reverter o processo de degradação florestal. Além disso, exerce grande importância para a cidade do Rio de Janeiro como patrimônio cultural e regulador térmico.

Comentários